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Nota de denúncia em defesa dos povos indígenas

31/07/25 às 10:45

Nota de Denúncia em defesa dos povos indígenas. Laia a nota na íntegra. assinado comitês antirracistas CFESS, CRESSPRS, CRESSRS.As comunidades indígenas Ava-Guarani do Oeste do Paraná, desde 2012, lutam em um processo de retomada do seu território ancestral por conta do alagamento de suas áreas pela construção da Usina de Itaipu. Desde então, embates e ataques de fazendeiros/ruralistas têm se intensificado, principalmente em Guaíra e Terra Roxa, no Paraná.

Os povos indígenas sofrem ataques que afetam diretamente a sua saúde mental, bem como a dos trabalhadores que atuam diretamente com essas famílias. Desde o ano passado, suicídios, feminicídio e assassinatos brutais têm ocorrido, camuflados como outros conflitos, sem levar em consideração as questões de retomada do seu território, que se configura como o principal ponto de ataque, revelados também como resquícios de racismo.

Em março de 2025, Marcelo Ortis, de 33 anos, indígena, foi decapitado e exposto em via pública de passagem para área de retomada, no dia em que aconteceria um evento interno sobre saúde mental, demonstrando um aviso a essas movimentações em território de ocupação.

Recentemente, no dia 12 de julho de 2025, um jovem, Éverton Lopes, de 21 anos, filho do cacique, foi decapitado e exposto com uma carta com diversas solicitações em nome de uma facção. Contudo, o pedido principal era “saída das terras”, demonstrando, mais uma vez, que a luta pelo território perpassa outras nuances tidas como conflitos por drogas. Além disso, ameaçaram a Força Nacional (entidade que faz a segurança dos povos indígenas) e ameaçaram tocar fogo nos ônibus que levam as crianças às escolas públicas, causando pânico e terror nessas famílias.

Diante do exposto, fica a inquietação diante de tamanha brutalidade, racismo, conflito por terra e violências sofridas cotidianamente pelos povos originários do Oeste do Paraná. Órgãos públicos, privados e filantrópicos que atuam nas comunidades Ava-Guarani e acessam cotidianamente as Tekohas: qual a contribuição real às famílias durante esses acontecimentos? Como fica a saúde dos trabalhadores que atuam com essas comunidades? (assistentes sociais, psicólogos, agrônomos, zootecnistas, dentre outros).

O reconhecimento territorial é imprescindível para que as comunidades tradicionais possam exercer um papel ativo na gestão do seu espaço, enquanto resistência ao agronegócio e à violência de latifundiários.

Nós, do Comitê Paranaense de Assistentes Sociais no Combate ao Racismo do Conselho Regional de Serviço Social do Paraná e Região Sul do Encontro Descentralizado dos CRESS (PR, RS e SC), reconhecemos como inaceitável e exigimos dos órgãos de controle e de justiça que o crime ocorrido seja investigado e que os envolvidos possam responder por seus atos, no rigor da lei.

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