Foi realizada, pelo CRESSRS, a Roda de Conversa sobre o trabalho profissional com povos indígenas, no dia 25/07, de forma híbrida, na sede do Conselho e pelo Google Meet. A atividade foi etapa preparatória para a Oficina Nacional das/os Assistentes Sociais Indígenas, a ser realizada pelo CFESS, nos dias 1 e 2 de agosto, em Boa Vista (RR).
Participaram da etapa gaúcha o assistente social indígena do Polo Base Guarita/Tenente Portela (RS), Talvane Ribeiro Kaingang, que atualmente está como mestrando no PPGPSSS/UFRGS e trabalha diretamente com a população indígena e a profa. do Departamento de Serviço Social e do PPG Política Social e Serviço Social da UFRGS (PPGPSSS-UFRGS) e integrante da Articulação Serviço Social e Povos Indígenas, Rosa Maria Castilhos Fernandes, com contribuições da Profa. da UFOP e Dra. em Serviço Social, Raquel Mota Mascarenhas Pataxó, e de Jibran Yopopem Patte, indígena do povo Xokleng e assistente social, também integrantes da articulação.
A atividade teve como objetivo ouvir, dialogar e construir coletivamente com profissionais indígenas, a partir de suas experiências e vivências, fortalecendo o protagonismo de assistentes sociais indígenas dentro da categoria profissional. “Queremos saber como a gente fortalece a caminhada dos colegas indígenas, aproximando o CRESSRS destes/tas profissionais”, afirma a vice-presidenta do CRESSRS, Ana Lúcia Magalhães, que foi responsável pela mediação da Roda de Conversa.
Talvane Kaingang trouxe um relato sobre sua formação acadêmica, enquanto homem indígena. O assistente social ingressou no curso de Serviço Social da UFRGS, em 2016, levando para dentro da universidade os ensinamentos indígenas. Atualmente, estuda o Mestrado do seu curso e atua como profissional dentro da sua comunidade, com mais de dez mil pessoas indígenas, e segue na militância para mostrar o modo de vida dos povos indígenas no Serviço Social.
A profa. Rosa Maria Castilhos Fernandes mencionou a importância da Articulação Serviço Social e Povos Indígenas para o reconhecimento e luta pelos direitos dos povos indígenas no Brasil, intensificado nas últimas décadas. “Quando começamos a se aproximar e escutar os povos indígenas, a gente começa a entender os significados dos seus modos de viver e nos deparamos com todo nosso preconceito”, revela a docente.
Para ela, a discussão da Assistência Social para a população indígena, apesar de muito importante, é muito recente e tardia no Brasil. Segundo Raquel Pataxó, existem apenas 14 teses que estudam Serviço Social e população indígena no banco de dados do CAPES, e 41 dissertações sobre o assunto, de 2013 a 2024.
“Se a gente não tem sistematização da nossa área, de conhecimentos sobre os povos indígenas, não estamos, enquanto categoria, nos disponibilizando a ouvir esta população”, lamenta. Para ela, falta uma escuta ativa e aplicada que considere o que os estudantes e profissionais indígenas estão trazendo.
A Oficina Nacional contará com a presença da profa. Rosa Maria Castilhos Fernandes, de Talvane Ribeiro Kaingang, da assistente social indígena Silvana Claudino e de Ana Lúcia Magalhães.
A conversa completa pode ser acessada pelo canal do Youtube do CRESSRS:
Mais fotos da Roda de Conversa:
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