30/09/2021
Saúde mental na pandemia: entre o cuidado e a luta para resistir à intensificação da exploração do trabalho e das opressões
por GT Saúde
O Setembro Amarelo é uma campanha nacional de prevenção ao suicídio. O CRESSRS escolheu o último dia do mês de setembro para simbolicamente reforçar que a prevenção ao suicídio deve ocorrer o ano inteiro.
Impera na atualidade o cansaço, esgotamento, frustração, luto, saudade, insegurança entre tantos outros sintomas e sentimentos que expressam o tempo em que vivemos, marcado pela intensificação da exploração e das opressões e por milhares de vidas ceifadas pela pandemia. Não há como estar imune à angústia e sofrimento provocados pelas atuais circunstâncias, afetando de forma profunda a nossa saúde mental.
Não por acaso esse tema tem mobilizado muitos debates, em especial no mês de prevenção ao suicídio, conhecido como Setembro Amarelo. Mas afinal o que é Saúde Mental? Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Saúde Mental é um estado de bem estar, que possibilita o desenvolvimento de habilidades pessoais, o manejo de estresse, garantindo a produtividade e a contribuição para a comunidade.
O que podemos perceber ao nos olharmos no espelho ou em qualquer conversa informal se evidencia também nos dados sobre a saúde mental. Conforme pesquisa do Instituto Ipsos cedida à BBC News Brasil em abril deste ano, cerca de 53% das/os brasileiras/os informaram que seu bem-estar mental piorou um pouco ou muito no último ano, em consonância com a tendência mundial. Dentre as principais razões estão a precarização e instabilidade no trabalho, o isolamento social e a perda da rede de apoio.
O Rio Grande do Sul continua sendo o 3º estado com maior número de casos de suicídio no Brasil, o que exige atenção e ações de prevenção e cuidado das autoridades sanitárias e de toda a sociedade. As/os trabalhadoras/es assistentes sociais no exercício profissional também se deparam com demandas de saúde mental no seu cotidiano, incluindo a ideação e o risco suicida. Desse modo, reforçamos a necessidade de superar os mitos acerca deste tema e a busca por qualificação profissional no atendimento deste problema de saúde pública, que se apresenta nos diversos espaços sócio-ocupacionais.
Da mesma forma, ao compreendermos que o sofrimento psicossocial tem uma raiz comum e um caráter coletivo, que são as contradições geradas pelo sistema capitalista, faz-se necessário além dos cuidados de saúde, a participação na luta contra o que nos explora, oprime e gera o adoecimento. Em outras palavras, em nome da nossa saúde mental precisamos mais do que nunca de uns dos outros e do fortalecimento dos espaços coletivos!
Foto: Imprensa CRESSRS