21/05/2020
O 18 de maio, Dia de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes, foi tema do CRPRS Convida realizado nesta quarta-feira (20)
por Imprensa CRESSRS
O 18 de maio, Dia de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes, foi tema do CRPRS Convida realizado nesta quarta-feira, 20/05, no Instagram do Conselho. Mediado pela conselheira Roberta da Silva Gomes, presidenta da Comissão de Comunicação, a live contou com a participação da psicóloga Carmen Silveira de Oliveira (CRP 07/00974) e da assistente social Elisa Scherer Benedetto (CRESSRS 8776), trabalhadora da FPERGS e atual presidenta do CRESSRS.
Carmen, que esteve à frente da Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente de 2006 a 2012, apresentou a origem do 18 de maio associada ao caso da menina Araceli, de Vitória. Araceli, com oito anos, foi raptada, estuprada e morta por jovens de classe média alta em 1973. O crime até hoje está impune. A data de sua morte tornou-se o Dia de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes há 20 anos, durante encontro promovido por organização internacional que luta pelo fim da exploração sexual e comercial de crianças e adolescentes.
A convidada destacou dois lemas importantes atrelados a essa data: “Esquecer é permitir, lembrar é combater” e “Faça bonito”. Também reforçou a importância de promover ações concretas no enfrentamento a esse problema. Conceitos de pedofilia, abuso sexual e exploração sexual foram apresentados por Carmen, que explicou como esses tipos de violência se ampliaram com a era virtual.
A presidenta do CRESSRS, Elisa Scherer Benedetto, fez referência ao assassinato do menino João Pedro Mattos Pinto, vítima da violência do Estado. “Perdemos mais uma criança preta, de periferia, da classe trabalhadora, morta covardemente e sabemos que ficará impune. Sabemos que esses crimes são legitimados, de alguma maneira, pelo Estado”.
Sobre a violência contra crianças e adolescente, Elisa refletiu sobre as formas de prevenir o problema. “Esse é um ponto muito sensível, pela complexidade desse fenômeno que acompanha a humanidade ao longo da sua história. Vivemos em uma sociedade voltada para o lucro e não para as vidas e que aliena e coisifica a todos nós. Para eliminar esse problema, precisaríamos repensar toda a nossa lógica social”. Como forma de enfrentar esse problema, Elisa reforçou a necessidade de se pensar na concepção de família e infância na sociedade capitalista. “Existe muito a lógica e a cultura de que a família pode fazer o que quiser com suas crianças. De alguma maneira, aquilo lhe pertence.”
Fonte: Imprensa do CRPRS