15/02/2022
Justiça para Moïse, Durval e todos/as trabalhadores/as pretas/os vítimas do racismo, xenofobia e da sociedade de classes!
por Comitê Gaúcho de Assistentes Sociais na Luta Antirracista
Justiça para Moïse, Durval e todos/as trabalhadores/as pretas/os vítimas do racismo, xenofobia e da sociedade de classes!
Mais uma vez somos atravessadas/os pela violência brutal cometida contra as/os trabalhadoras/es pretas/os. O mundo se chocou com a tortura e morte do jovem congolês, Moïse Mugengi Kabagambe, de 24 anos, que ao reivindicar seus parcos direitos trabalhistas, foi assassinado por seu empregador no dia 24/01.
No entanto, a violência não terminou com seu óbito. O Estado burguês deu seguimento a essa barbárie ao doar seus órgãos de forma arbitrária e sem consentimento de sua família.
O caso de Moïse escancara o racismo, a xenofobia e o acirramento da violência com requintes de crueldade, que remontam aos tempos de escravidão, fazendo-nos lembrar o quão perigoso é ser preto/a no Brasil.
Poucos dias após o ocorrido, mais um trabalhador preto foi assassinado. No condomínio onde morava com a família, Durval Teófilo Filho, 38 anos, trabalhador em um supermercado, foi "confundido" com um assaltante(?!), tendo sua vida ceifada dia 02/02 por um vizinho.
As várias expressões do genocídio das/os trabalhadoras/es pretas/os estão diretamente relacionados com a intensificação da precarização do trabalho e o desmonte das políticas sociais públicas num país, cuja formação sócio-histórica é marcada pela reprodução do racismo. Não por acaso, as/os principais atingidas/os são as/os trabalhadoras/es pretas/os, que sofrem com o aumento da miséria, da falta de acesso a direitos e a violência cotidiana que desumaniza corpos pretos.
Diante desta realidade, o Comitê Gaúcho de Assistentes Sociais na Luta Antirracista vem declarar sua profunda tristeza, consternação e solidariedade às famílias e comunidades das vítimas.
Que a luta por justiça nos impulsione a seguir firmes na direção de garantir nossos direitos e construir uma outra ordem social, em que não exista hierarquia racial, de classe e de qualquer outra natureza.
Foto: Imprensa CRESSRS