29/05/2015
CUT, CTB, CSP/Conlutas, Intersindical, UGT, NCST estão unidas contra o PL das terceirizações, MPs 664/665 e o ajuste fiscal
por Mariana Pires/ Engenho Comunicação e Arte
O Brasil viveu na manhã desta sexta-feira, dia 29 de maio, O Dia Nacional de Paralisação para mudar os rumos da política econômica e em defesa da democracia. Com manifestações e paralisação em todos os estados, convocadas pela CUT, CTB, CSP/Conlutas, Intersindical, UGT e NCST, as centrais sindicais mostraram unidade para combater o PL das terceirizações, as Medidas Provisórias 664 e 665 e o ajuste fiscal. As lideranças apontaram a construção de uma greve geral no segundo semestre do ano, caso a retirada de direitos avance no Congresso Nacional.
Em Porto Alegre (RS), o dia iniciou com piquetes nas garagens de ônibus da Carris, a partir da madrugada, paralisação por completo dos Metroviários da Trensurb e parcial dos rodoviários, protestos no Aeroporto Salgado Filho contra possibilidade de concessão do aeroporto à iniciativa privada, bloqueio da Avenida Assis Brasil pelos movimentos de luta pela moradia, paralisação do CPERS/Sindicato e protesto de alunos e professores contra os ataques do governo do RS e do grupo RBS à Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS). Ao meio dia, todos os movimentos se uniram em caminhada pelo centro da cidade até o Palácio Piratini, na Praça da Matriz.
Os sindicatos SINDSEPE/RS, Sindicaixa, Sinpro/RS, Feteesul, Sindbancários, Sindisaúde-RS, Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre e dos Aeronautas e Aeroportuários, Sindicato dos Metalúrgicos, SINDISERF, SEMAPI, SINDIÁGUA, SINDIVIGILANTES, entre outros de diversas categorias como arquitetos, jornalistas, radialistas, enfermeiros, gráficos e técnicos orientaram as categorias a parar as atividades e participar de atos e assembleias no início da manhã. O Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), que está em greve, apoiou a paralisação, bem como a UGEIRM, Sindicato dos Escrivões, Inspetores e Investigadores do RS. O Conselho Regional Estadual de Serviço Social do RS (CRESSRS) e o Conselho Estadual de Saúde (CES/RS) também se solidarizaram ao movimento contra a retirada de direitos da classe trabalhadora.
No interior do estado, assembleias e atos foram chamados nos municípios de Canoas, Camaquã, Caxias do Sul, Gravataí, Novo Hamburgo, Passo Fundo, Pelotas, Riozinho, Rolante, Santa Cruz do Sul, Santa Rosa, Santa Maria, Sapiranga, Osório, Santo Ângelo, Triunfo e Venâncio Aires.
Situação no Congresso
As MPs 664 e 665, propostas pelo governo federal como parte do ajuste fiscal, já foram aprovadas na Câmara dos Deputados e no Senado e aguardam sanção da presidenta Dilma Rousseff (PT). Ambas as medidas restringem o acesso a direitos previdenciários como o seguro-desemprego e a pensão por morte.
Já o PLC 30/15, que libera as terceirizações em atividades-fim das empresas, foi aprovado na Câmara dos Deputados, e está em discussão no Senado. Depois, ainda precisa passar por Dilma, sobre quem há forte pressão pelo veto. O PLC, engavetado há mais de dez anos e ressuscitado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), coloca em risco diversos direitos trabalhistas, abrindo a possibilidade de enorme ampliação das terceirizações.
Mobilidade, Moradia e Reforma Urbana
Os movimentos de luta pela moradia fecharam a Avenida Assis Brasil, nesta manhã, em Porto Alegre, como parte das mobilizações do dia 29 de maio. Eles reivindicam o fim do ajuste fiscal anunciado pelo governo e exigem que o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, retire o pedido de inconstitucionalidade da Lei que grava 14 áreas especiais de interesse social (AEIS) nesta cidade. Nesta sexta-feira (29), a partir das 18h30, e no sábado (30), durante o dia inteiro, os movimentos realizam o Seminário Mobilidade, Moradia e Reforma Urbana, na Escola Porto Alegre (EPA) par encerrar o dia nacional de lutas.
Por Engenho Comunicação e Arte, com informações da CUT RS e Jornalismo B