30/04/2015
No Dia Mundial da Educação, 29 de abril, o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB/PR), presenteou os educadores do estado com um verdadeiro massacre.
por Assessoria de Imprensa do CRESSRS
O CRESSRS (Conselho Regional de Serviço Social do RS) repudia veementemente a ação violenta do governo do Paraná. Os professores e professoras, servidores do estado, exerciam o seu legítimo direito à manifestação contra um projeto de lei que altera as regras de custeio da Paraná Previdência, um duro ataque aos direitos consolidados dos trabalhadores.
Após o governo transformar o Centro Cívico de Curitiba em praça de guerra, onde só um lado estava armado, a Assembleia Legislativa aprovou em primeiro turno, por 31 votos a 20, confisco da poupança previdenciária dos servidores. A proposta, apresentada pelo governo estadual, sugere que 33.556 beneficiários com 73 anos ou mais sejam transferidos do Fundo Financeiro, que é arcado pelo Tesouro estadual, para o Fundo Previdenciário, constituído a partir de contribuições dos servidores e do poder público.
O governo afirma que o Fundo Previdenciário está capitalizado em mais de R$ 8,5 bilhões em investimentos. O Executivo argumenta ainda que esta migração proporcionará uma economia de R$ 125 milhões, por mês, com o pagamento de benefícios. O Fórum das Entidades Sindicais do Paraná (FES) é contrário à proposta e apresentou uma série de considerações e sugestões. “O governador quer confiscar R$ 125 milhões mensais do fundo de Previdência dos servidores públicos, que poderão ficar sem aposentadorias e pensões num futuro próximo”, argumentam.
De acordo com dados da Prefeitura de Curitiba, que foi transformada em hospital de primeiros socorros, mais de 200 professores ficaram gravemente feridos. Ambulâncias tiveram dificuldade de se aproximar para socorrer os feridos, uma vez que a Tropa de Choque da Polícia Militar fez um cordão para isolar o prédio da Assembleia e lançou bombas de gás lacrimogêneo, de efeito moral e jatos de água. Segundo testemunhas, helicópteros disparavam a esmo bombas contra o povo. Havia entre os feridos idosos, crianças e deficientes. Uma senhora que se apoiava nas grades do prédio da Assembleia foi alvejada à queima-roupa por um disparo de bala de borracha no meio das costas enquanto a polícia avançava contra os manifestantes.
O CRESSRS desaprova a selvageria empregada pela PM daquele estado durante a repressão aos manifestantes. Toda a solidariedade aos professores do Paraná e aos 17 policiais militares presos por se negar a reprimir os docentes. Estamos junto na luta contra a criminalização dos movimentos sociais.
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Foto: Rodrigo Pinto / Jornalistas Livres