08/07/2016
Foram realizadas atividades em todo o país.
por Assessoria de Comunicação do CRESS
As ações foram articuladas pela Frente em Defesa do SUAS e da Seguridade Social, que é um coletivo plural, constituído por trabalhadores/as, usuários/as da Assistência Social, gestores/as, pesquisadores/as, entidades e pessoas interessadas neste debate. Portanto, uma organização plural de pessoas e entidades em defesa do Sistema Único de Assistência Social - SUAS e da Seguridade Social.
O Ato em Porto Alegre contou com mais de 1200 ativistas de várias regiões do estado. Foi organizado pela Comissão Estadual em Defesa do SUAS, que é composta por gestores estaduais e municipais, por conselhos de direitos e de políticas públicas, por fóruns de trabalhadores do SUAS, por fóruns de usuários do SUAS, por conselhos profissionais e por sindicatos e já está constituída no Estado com pautas específicas de âmbito regional: 1. defende o repasse do FEAS (Fundo Estadual de Assistência Social) aos Municípios Gaúchos referente aos anos de 2014 e 2015, que estão em atraso, 2. defende a não diminuição do orçamento para a Assistência Social em 2016, o qual já era bastante restrito e neste momento o Governo Sartori promete drásticos cortes, além disso, 3. defende a imediata nomeação de 30 Assistentes Sociais que desenvolvem o trabalho de Assessoria Técnica aos 497 Municípios Gaúchos, além de trabalhadores Administrativos para o DAS-Departamento de Assistência Social do Estado. E no momento atual, esta Comissão articula-se à Frente Nacional pactuando esta luta.
A Frente em Defesa do SUAS e da Seguridade Social tem o principal objetivo de denunciar e protestar contra as perdas de direitos e benefícios sociais que o governo interino e golpista de Michel Temer tem promovido contra a população do país que mais necessita da Assistência Social e da Seguridade Social. O maior compromisso é defender o Sistema Único de Assistência Social e a Seguridade Social frente aos ataques do governo interino e golpista de Michel Temer.
Os atos vem a público manifestar em defesa do sistema brasileiro de Seguridade Social estabelecido na Constituição Federal de 1988, cujas políticas setoriais que o compõem viabilizam aos seus usuários/as o direito à saúde, à previdência social e à assistência social, com controle social e participação popular.
Essas políticas setoriais e os serviços e benefícios por elas ofertados viabilizam melhores condições de vida para milhões de brasileiros/as que desde os anos noventa enfrentam dificuldades decorrentes da crise econômica, que dentre outras coisas vem acirrando o desemprego estrutural, a negação do acesso aos direitos sociais e ampliando a desigualdade social no país.
A Frente enquanto uma organização plural de trabalhadores, usuários, gestores, entidades, instituições não-governamentais, professores, pesquisadores e pessoas interessadas em defender a Assistência Social e a Seguridade Social brasileira objetiva reverberar de forma unificada em todo o país, sem prejuízo às particularidades regionais, a luta em defesa do direito à Assistência Social, ao Sistema Único de Assistência Social – SUAS e à Seguridade Social, articulando-se às ações no âmbito da defesa do Sistema Único de Saúde - SUS e da Previdência Social como políticas de proteção social, dever do Estado e direito dos cidadãos.
O SUAS atende milhões de brasileiros/as em todo o território nacional, com ofertas públicas organizadas por níveis de proteção – Proteção Social Básica e Especial – esta, de Média e Alta Complexidade. Conta atualmente com uma rede socioassistencial pública-estatal de mais de 10.000 centros de referência básicos e especializados (CRAS, CREAS e Centros POP). Além disso, cerca de 18 mil entidades e organizações de assistência social integram essa rede.
Anualmente, mais de 1,9 milhão de famílias são acompanhadas, assistidas e apoiadas pelas equipes de referência de proteção social dos serviços socioassistenciais. Quanto aos benefícios e transferência de renda, hoje são 4,2 milhões de beneficiários do Benefício de Prestação Continuada - BPC e 13,9 milhões de famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família. Há também milhares de famílias que recebem benefícios eventuais para suprir necessidades imediatas e urgentes. Com relação aos profissionais que atuam nessa política, atualmente, o SUAS conta com cerca de 600 mil trabalhadores em todo o território nacional.
Frente ao momento político e econômico vivenciado no Brasil, do qual não podemos nos isentar, manifestamos o posicionamento de defesa da política de assistência social e do SUAS e de recusa a retrocessos no que diz respeito à garantia de direitos sociais. Assim, defendemos:
1. A primazia da responsabilidade do Estado na condução e execução da Seguridade Social;
2. Supremacia do atendimento às necessidades sociais da população sobre as exigências de rentabilidade econômica:
3. A continuidade dos serviços e benefícios socioassistenciais da política de assistência social;
4. A continuidade do cofinanciamento a serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais;
5. A profissionalização e valorização dos/as trabalhadores do SUAS, na implementação da NOB-RH/SUAS, na
Política Nacional de Educação Permanente e a manutenção da Mesa Nacional da Gestão do Trabalho do SUAS, instância paritária de negociação entre gestores e trabalhadores do SUAS;
6. A estruturação da gestão do SUAS no órgão gestor federal, responsável por realizar a coordenação nacional da Política;
7. Não desmonte dos equipamentos e equipes de referência que operam os serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais, bem como o Cadastro Único, cuja operação por essas equipes já está instituída e vem garantindo o atendimento e acompanhamento qualificado das famílias;
8. O cumprimento das normativas e pactuações do SUAS;
9. Posicionamento contrário à criminalização da pobreza e dos movimentos sociais, redução da maioridade penal e extermínio da juventude pobre e negra das periferias, machismo, homofobia, racismo e violência contra indígenas e quilombolas;
10. A reforma tributária justa, taxação das grandes fortunas, a auditoria da dívida pública e extinção da Desvinculação de Receitas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Nenhum direito a menos!
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Foto: Yamini Benites