O Conselho Regional de Serviço Social 10ª Região (CRESSRS) enviou a agente fiscal Neorides Bianchini até Uruguaiana, no dia 26/10, para comunicar o prefeito do município sobre o baixo salário oferecido às assistentes sociais no concurso público de edital nº. 031/2023. A remuneração de R$ 1.661,68 é pouco maior do que um salário mínimo (R$ 1.320) e, seguramente, não representa o reconhecimento das profissionais de nível superior e que se preparam para atuar em diferentes espaços sócio-ocupacionais do Serviço Social.   

Em reunião com o prefeito, solicitada pela Coordenadora do NUCRESS Uruguaiana, Cintia Pinheiro, a agente fiscal Neorides entregou um documento feito pela gestão do CRESSRS, onde a presidenta Cíntia Florence Nunes reconhece que o valor oferecido pela Prefeitura não está de acordo com o exercício profissional da categoria de assistentes sociais. Segundo ela, o CRESSRS recomenda que a remuneração seja de 4 a 6 salários mínimos vigentes, de forma a garantir o reconhecimento adequado diante das exigências ao cargo.

Recentemente, foi publicada uma notícia pelo site Sul Vinte Um, destacando a luta das/dos assistentes sociais pelo piso salarial diante de uma realidade de baixíssimos salários na área. De acordo com estudo feito pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/Ibre), realizado a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado no mês de outubro, o Serviço Social está entre os cinco menores salários no Brasil entre aquelas profissões que exigem ensino superior. De acordo com o levantamento, a profissão de assistente social é a quinta pior remunerada do ensino superior, com média salarial de R$ 3.078.

Segundo o CRESSRS, a luta pelo piso salarial de 30 horas é fundamental para obter resultados melhores para a profissão. Para além da luta nacional, é preciso brigar pela aprovação do piso regional. O CRESSRS também tem buscado dialogar com a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul para a implementação de um piso regional. No entanto, o Conselho aponta que um dos principais problemas da profissão é a discrepância salarial entre diferentes vagas nos setores público e privado e a precarização do trabalho e de ensino e que segue a necessidade de dar visibilidade à essas pautas da categoria. 

Após a conversa e entrega do documento, o prefeito de Uruguiana comprometeu-se a reavaliar o chamamento, mas ainda não modificou o edital.  Em reunião do NUCRESS realizada depois do ocorrido, foi feita uma roda de conversa com a Neorides, que explicou o Código de Ética Profissional e entregou os Documentos de Identidade Profissional (DIPs) aos colegas da cidade.   

Descrição da Imagem: fotografia com quatro mulheres e 01 homem sentados ao redor de uma mesa. Algumas das mulheres seguram na mão o DIP.