27/10/2015
O CRESSRS manifesta seu amplo apoio à Parada Gaúcha do Orgulho Louco (PGOL). Realizada há 5 anos, em outubro, na cidade de Alegrete, o movimento conta com intensa participação de variadas entidades, representando diversos segmentos sociais.
por Assessoria de Comunicação do CRESS
A Parada Gaúcha do Orgulho Louco propõe o debate dos preconceitos e exclusões aos quais são submetidos cotidianamente as pessoas que sofrem de transtornos mentais. Também reafirma a necessidade de seguirmos transformando o modelo hospitalocêntrico de atenção em saúde mental na direção de um cuidado humanizado, de base comunitária, inclusiva, e em rede de serviços diferentes e complementares entre si, conforme preconiza a Organização Mundial de Saúde, reafirmado na carta de Caracas da qual o Brasil é signatário, com o amparo no SUS e na Lei da Reforma Psiquiátrica Brasileira.
A palavra “louco” não está referenciada a doença mental, e sim, a um modo especial de viver a liberdade, de sentir e deixar fluir a criatividade humana em sua singularidade. O “orgulho”, nesse contexto, surge em contraposição à “vergonha” e “submissão”, estados que, não raro, caracterizam a condição de pessoas em sofrimento psíquico e de seus familiares: vergonha da diferença, comumente, entendida como defeito. E submissão ao saber dos profissionais de saúde, por vezes, orientado pela equação doença-déficit e distante dos contextos singulares de vida.
No evento, a defesa dos direitos dos usuários de saúde mental – como direito à diferença, à liberdade, à equidade no acesso ao trabalho, educação, saúde e demais espaços sociais – é feita de forma inclusiva, lúdica, alegre e democrática. Conta com a participação direta dos usuários, de modo que o efeito de promoção de cidadania pode ser experimentado por todos que dele participam, sem hierarquia de poder, numa relação de horizontalidade.
O CRESSRS não apenas defende a Parada como incentiva iniciativas semelhantes que abram espaço para o diálogo com a sociedade, desconstruindo preconceitos, estigmas e promovendo direitos. Acredita que a oposição ao evento faz parte de uma mobilização contra a Reforma Psiquiátrica, política defendida pelo Conjunto CFESS/CRESS.
O Conselho também se soma às entidades que defendem que a Parada Gaúcha do Orgulho Louco faça parte do calendário do Estado do Rio Grande, após a aprovação do PL 236/15, em tramitação na Assembleia Legislativa.