Na terça-feira, dia 26 deste mês, teve início a greve dos/as servidores/as públicos/as, integrantes de diversas carreiras do Estado. Serviços das áreas de saúde, cultura, agricultura e ensino estão paralisados contra o atraso, parcelamento de salários e falta de reajuste nos últimos cinco anos, bem como a retirada de direitos pelo governo do PSDB, através do seu "Pacote da Morte" enviado à Assembleia Legislativa. O magistério já está parado desde o dia 18 de novembro.
A construção da greve é manifestação de resistência frente a todos ataques que os/as servidores/as vem sofrendo pelo governo do estado e é fruto da articulação entre SindsepeRS (Sindicato dos Servidores Públicos do Rio Grande do Sul), Sintergs (Sindicato dos Servidores de Nível Superior do Poder Executivo do Estado do RS), Sindicaixa (organização sindical que congrega os trabalhadores da extinta Caixa Econômica Estadual do Rio Grande do Sul), CPERS (Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul) e associações de várias categorias de servidores/as. Para além disto, os/as trabalhadores/as estaduais ao realizarem a greve fazem a defesa de que a população siga contando com os serviços que têm direito e que o estado quer extinguir.
É importante destacar que os/as servidores/as vêm sendo atacados bem como os serviços públicos estão cada vez mais precarizados há anos, no entanto, com o “Pacote da Morte” do governador os/as trabalhadores/as vêm construindo unidade para dar um basta a tanta barbárie!!! Alinhada a esta barbárie que vem ocorrendo no estado, temos o governo nacional, que de igual forma coloca na conta do/a trabalhador/a a crise do capital, de modo que possam seguir explorando e lucrando às custas da classe trabalhadora.
A adesão a greve no estado tem aumentado e contribuído para fortalecer o movimento de resistência e unidade dos/as servidores/as, o que tende a provocar o recuo do governador que não dialoga com os/as trabalhadores/as, e ataca ainda mais por meio da repressão da brigada militar aos/às grevistas. A greve tem mostrado sua força, não somente na capital, mas também pelo interior, com adesão de vários serviços e áreas do estado. Dentre os serviços que contam com servidores em greve, destacamos: Hospital Sanatório Partenon, Hemocentro, Hospital Psiquiátrico São Pedro, Ambulatório de Dermatologia Sanitária, Coordenadorias Regionais de Saúde, Agricultura, Cultura, Planejamento, Trabalho e Assistência Social, Obras, Meio Ambiente, dentre outros.
É necessário que possamos nos enxergar como parte desta greve, uma vez que a política que vem sendo realizada por este (des)governo do estado ataca a todos/as que trabalham e/ou residem no Rio Grande do Sul. Não podemos ficar inertes ao que está acontecendo, sob pena de perdermos o que nos resta enquanto direitos e serviços públicos. Nosso apoio precisa ser forte assim como essa greve, precisamos nos somar nas ruas, ombro a ombro nos atos e demais convocações de luta que vem ocorrendo nesta semana e nos próximos dias que virão, porque essa greve só tende a aumentar!!!!!! A Assistente Social Elsa Roso, diretora do Sindisepers e trabalhadora da saúde afirma que “Os servidores cansaram de tanta humilhação. São 47 meses de atraso e parcelamento salarial, congelamento e, agora, esse pacote nefasto que destrói a carreira pública. Cansamos de adoecer, nos endividar e até morrer, pois aumentaram os casos de suicídio na base dos servidores públicos. Vamos à luta até a Vitória, até derrubar o Pacote da Morte”.
Neste sentido, o CRESSRS manifesta apoio a greve dos/as servidores/as estaduais e destaca de igual forma total apoio aos/às assistentes sociais servidores/as, entendendo que é necessário que haja condições de trabalho dignas para que haja igualmente a qualidade dos serviços prestados, uma vez que esta mobilização materializa princípios que constam no Código de Ética dos/as Assistentes Sociais (1993), sendo eles o “compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população” e a “articulação com os movimentos de outras categorias profissionais que partilhem dos princípios deste Código e com a luta geral dos/as trabalhadores/as”. Seguimos na luta!!! Em defesa dos serviços públicos, em defesa dos/as trabalhadores/as!!!