20/09/2014
Documento é o segundo volume com denúncias sobre a modalidade de ensino
por Assessoria de Comunicação CFESS
O 43º Encontro Nacional começou nesta quinta-feira (18) em Brasília (DF) com um momento importante: o lançamento da publicação “Sobre a incompatibilidade entre graduação à distância e Serviço Social – vol. II”. O documento dá visibilidade a dados e informações acerca de irregularidades verificadas pela fiscalização dos CRESS de todo o Brasil nas instituições que oferecem essa modalidade de ensino.
Para apresentar a publicação, a conselheira do CFESS Juliana Melim, explicou que o documento reforça o descompromisso das instituições de ensino superior que ofertam o curso de serviço social EaD, bem como o descompromisso do Ministério da Educação (MEC) com o acompanhamento e a fiscalização do funcionamento desses cursos. “Reafirmamos nossa defesa da educação laica, presencial, gratuita e de qualidade, em aliança com os movimentos sociais e com o Ande-SN. Essa publicação será entregue ao MEC, ao Conselho Nacional de Educação e ao Ministério Público, em forma de denúncia”, afirmou Juliana Melim.
Também à mesa composta para lançar a publicação, a professora da Universidade Federal Fluminense e assessora do Grupo de Trabalho (GT) responsável pela elaboração do documento, Larissa Dahmer, destacou que a produção desse estudo visa a tornar públicas informações que muita gente desconhece, de modo a reafirmar a defesa de uma formação crítica e qualificada. “O EaD é a máxima indicação da precarização e da mercantilização do ensino superior no Brasil”, completou Larissa Dahmer, responsável pela sistematização dos dados.
Quem também participou do debate foi o Sindicato Nacional dos Docentes de Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), representado pela professora Marta Maria Azevedo Queiroz, que reafirmou a importância da luta conjunta entre as entidades. “Entendemos que o ensino presencial tem caráter formador e crítico, ao passo em que o EaD enfraquece a educação pública superior no Brasil, impedindo o estudante de vivenciar a interação entre ensino, pesquisa e extensão”, observou a professora.
Para a representante da Abepss, Telma Gurgel, a mercantilização do ensino, precisa ser resistida, em uma luta ideológica na defesa da educação de qualidade. “O direito à educação pública, gratuita e laica é um direito da população, que não pode ser oferecido como um mero produto do capital”, disse Telma Gurgel.
A representante da Enesso, Renata Fonseca, concluiu as falas da mesa, defendendo que a produção do conhecimento deve servir para a emancipação das relações sociais. “Uma vez o EaD fragiliza a educação no Brasil, essa modalidade acaba sendo um instrumento de dominação ideológica e política do sistema capitalista”, conclui a estudante.
A publicação será enviada para distribuição em todo o Brasil pelos CRESS e Seccionais. Vale lembrar que o primeiro volume do estudo, lançado em 2011, relatou problemas como falta de bibliotecas, de infraestutura física e de equipamentos adequados nos polos dos cursos, dentre outras questões.
Foto: Rafael Werkema