23/04/2024
por Imprensa CRESSRS
O conjunto CFESS-CRESS está comprometido em aprender e fomentar o debate sobre a luta anticapacitista, considerando que existem 45,6 milhões de pessoas (23,9%) com algum tipo e grau de deficiência (IBGE, 2010). Neste ano, o Encontro Gaúcho de Assistentes Sociais (EGAS) será realizado nos dias 24 e 25 de maio e levará como tema “A Nossa Liberdade é Anticapacitista”, convidando todas as e os assistentes sociais a pensarem sobre a inclusão da deficiência para uma sociedade mais justa e diversa.
Nesse sentido, o CRESSRS realizou uma formação sobre a luta anticapacitista, na última sexta-feira (19), com a participação das e dos trabalhadores e trabalhadoras do CRESSRS, da gestão, das seccionais e das assessorias técnica e de comunicação. Para ministrar a atividade, Clarissa Constant, assistente social que se apresenta como uma mulher com deficiência, bacharela e mestra em Serviço Social, pesquisadora, consultora, especialista em Política de Assistência Social e em Gestão de RH e Desenvolvimento de Equipes e também professora.
Clarissa fez uma exposição da história da deficiência no mundo, dos indicadores da deficiência e realizou dinâmicas de sensibilização, além de apresentar algumas formas de capacitismo, como: assumir que pessoas com a mesma deficiência possuem as mesmas necessidades; subestimar as habilidades ou competências da pessoa só pelo fato de ela ter alguma deficiência; criar barreiras físicas e sociais que impedem a participação plena de pessoas com deficiência na sociedade; ignorar ou minimizar as necessidades das pessoas com deficiência ou usar linguagem ofensiva ou desrespeitosa ao falar sobre deficiência.
De acordo com ela, o capacitismo gera marginalização social, desigualdades no emprego, barreiras à educação e acesso limitado a serviços e recursos. Também pode trazer violência e abuso, limitações de autonomia, impactos na autoestima e saúde mental e perpetuação de ciclos de pobreza. Sem contar nos impactos que o capacitismo pode provocar no mundo do trabalho, pelas desigualdades de oportunidades, discriminação na seleção e contratação, acesso limitado à capacitação e desenvolvimento profissional, falta de acessibilidade física e tecnológica, estigma e preconceito, baixos salários e subemprego, falta de acomodações razoáveis e limitações de oportunidades.
É urgente que o Serviço Social se aproprie da luta anticapacitista e entenda que é uma temática de todos nós. Em uma busca no banco de dados de teses e dissertações da CAPES, Clarissa aponta que há 22.236 produções acadêmicas do Serviço Social e, apenas, 249 estão relacionadas a pessoas com deficiência. Para Clarissa, ambientes inclusivos e acessíveis beneficiam não apenas pessoas com deficiência, mas toda a sociedade. Eles promovem a diversidade, a inovação, a participação cívica e a equidade. Promover a inclusão e acessibilidade é uma responsabilidade coletiva que requer ações coordenadas e compromisso de todos os membros da sociedade, incluindo governos, empresas, organizações e cidadãos.
PRÁTICAS ANTICAPACITISTAS
Defenda e apoie iniciativas que buscam tornar espaços, serviços e informações acessíveis a todas as pessoas;
Apoie e amplifique vozes de pessoas com deficiência;
Esteja disposto a ouvir, aprender e agir em solidariedade;
Questionar e confrontar práticas, políticas ou comportamentos capacitistas quando os encontrar em sua comunidade ou ambiente;
Reserve momentos regulares para refletir sobre seus próprios preconceitos, privilégios e áreas de crescimento em relação ao capacitismo.
#DescriçãodaImagem fotografia no auditório do CRESSRS com a presença de 21 mulheres e três homens.