20/10/2014
CFESS se filia ao FNDC e fortalece o debate sobre a mídia democrática
por Assessoria de Comunicação CFESS
Você certamente já viu assistentes sociais em novelas ou programas de humor na programação da televisão aberta no Brasil. Na maioria das vezes, as personagens retratam a atuação profissional de forma absolutamente equivocada. O que muitas pessoas não sabem, porém, é que o problema principal está nas telecomunicações brasileiras, setor dominado por um oligopólio de famílias abastadas e poderosas, aliadas dos governos que se sucederam no país ao longo dos anos. Para fortalecer a luta por uma mídia democrática, o CFESS passa a compor o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) a partir desta semana.
Além de uma ação política, o envolvimento do CFESS neste debate cumpre também deliberação do eixo da Comunicação do Encontro Nacional CFESS-CRESS, que definiu pela maior inserção do Serviço Social nessa discussão, bem como o estímulo à participação da categoria. Se houvesse no Brasil uma mídia democraticamente acessível a todos/as, talvez você, assistente social, tivesse a oportunidade de assistir a outros programas de televisão e ter até suas reclamações ouvidas. No entanto, da forma como é hoje (e já são mais de 50 anos assim, tendo em vista que o Código Brasileiro de Telecomunicações é de 1962), a Rede Globo e outras emissoras vão continuar empurrando sua programação “goela abaixo”, sem qualquer chance de participação popular.
Para a conselheira do CFESS e coordenadora da Comissão de Comunicação, Daniela Neves, o momento é marcante para o Serviço Social. “Nossa inserção no FNDC se dá não só para que o/a assistente social seja retratado/a de acordo com nossas atribuições e princípios, mas para que pautemos, no Brasil, a comunicação, e o acesso a ela, como uma estratégia democrática, que permita debater os direitos, como a defesa central da liberdade. Ações que passam necessariamente pela democratização dos meios de comunicação. E isso significa mais diversidade na mídia, ou seja, mais acesso e mais vozes”, destaca a conselheira.
Semana Nacional
Esta é, inclusive, a Semana Nacional de Luta pela Democratização da Comunicação (13 a 18 de outubro). A ação faz parte da campanha Para Expressar a Liberdade, lançada pelo FNDC, com o apoio de entidades da sociedade civil e de conselhos profissionais, com o objetivo de levar ao Congresso Nacional uma proposta de nova lei geral de comunicações, de iniciativa popular, para mudar a situação de concentração de meios de comunicação no Brasil.
“A lei que regulamenta o funcionamento das rádios e televisões no país é de outro tempo, de outro Brasil (...). São 50 anos de concentração, de negação da pluralidade. Décadas tentando impor um comportamento, um padrão, ditando valores de um grupo que não representa a diversidade do povo brasileiro. Cinco décadas em que a mulher, o trabalhador, o negro, o sertanejo, o índio, o camponês, gays e lésbicas e tantos outros foram e seguem sendo invisibilizados pela mídia”, diz trecho do texto de apresentação da campanha, disponível no site do Fórum Nacional.
Em Brasília, a campanha segue angariando assinaturas para o projeto de lei da mídia democrática. Quanto mais pessoas apoiarem, mais rapidamente o material será encaminhado ao Congresso Nacional (clique aqui e participe).
Além disso, nesta quinta-feira (16/10), ocorre um tuitaço (rede social Twitter), em que a organização da campanha sugere aos/às internautas a publicação das hashtags #ForaCoronéisdaMídia e #LeidaMídiaDemocrática. Se você está no Facebook ou no Twitter, participe também!
Então, que profissão e programação você quer ver na televisão?
O Conjunto CFESS-CRESS tem buscado reforçar na agenda do Serviço Social o debate da comunicação como direito no Brasil. Direito que não deve ser apropriado por um grupo de empresários/as, mas que deve ser de toda a população brasileira. O vídeo do Intervozes (Coletivo Brasil de Comunicação Social) ilustra bem isso. Assista abaixo:
http://www.youtube.com/watch?v=KgCX2ONf6BU
Cabe lembrar, ainda, que o Conjunto CFESS-CRESS possui a Política Nacional de Comunicação, documento que tem orientado e direcionado os debates. Em sua segunda edição, ela aponta que a luta por uma sociedade justa e igualitária também perpassa a comunicação. O documento oferece também orientações básicas de funcionamento de uma assessoria de comunicação (clique aqui para conhecer).
Acesse e conheça o site do FNDC
Veja os 20 pontos para democratizar a comunicação apoiados pela campanha
Conheça o Projeto de Lei da Mídia Democrática
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