05/08/2017
“Análise de conjunturas: reflexões sobre a regressão dos direitos humanos e sociais no contexto da crise capitalista internacional” foi o tema do primeiro dia de encontro
por Assessoria de Comunicação CRESSRS
O Encontro Descentralizado do Conjunto CFESS/CRESS teve início na noite de ontem, dia 4 de agosto, às 18:30 horas, no auditório do Florianópolis Palace Hotel, na capital catarinense. A mesa de abertura contou com representantes de entidades como a Abepps, na presença do assistente social, Samuel dos Santos, da Enesso, representada pelo estudante de Serviço Social da PUC/PR, José Lucas Januário de Menezes, da conselheira do CFESS, Magali Régis Franz e do presidente do CRESSRS, Agnaldo Engel Knevitz, representando os CRESS Região Sul.
O encontro deve preparar as delegações dos três estados para o Encontro Nacional do Conjunto, a ser realizado em Brasília, no próximo mês. Entre os destaques, está a fala do presidente Agnaldo Knevitz, que emocionou a plateia ao ler o poema Intransigências, de Carlinhos Guarnieri, que viveu em situação de rua e hoje é graduado em Serviço Social.
As falas iniciaram com a análise de conjuntura do professor, Jaime Hillesheim, da Universidade Federal de Santa Catarina, que destacou a política de conciliação praticada pelos últimos governos progressistas como uma das principais causas da crise atual e do avanço do liberalismo. Para o professor, “a classe trabalhadora teve sua voz sequestrada pelas classes dominantes” e precisa aprofundar ainda mais o debate sobre a luta de classes no Serviço Social. Daniela Moller, representante do CFESS e que também compunha a mesa, discorreu sobre o papel da entidade em defesa da categoria, que sofre com as medidas do governo Temer. Para ela, a insegurança, o medo e o isolamento fazem parte do projeto político para a classe trabalhadora proposto pelo atual governo. “Vivemos do trabalho mas não somos um sindicato, movimento social ou partido político. Ainda assim, fazemos questão de nos inserirmos nestes espaços para incutir a crítica e a defesa histórica do projeto ético-político do Serviço Social”, pontuou.
Na sequência, a mediadora da mesa e presidente da gestão provisória do CRESSSC, Katia Regina Madeira, abriu espaço para debates e a delegação gaúcha fez suas contribuições. A conselheira, Greice Cavalheiro, pediu que não se perdesse de vista o debate sobre a interseccionalidade no espectro da luta de classes e a representante da Abepss do Rio Grande do Sul, Débora de Paula, questionou o tipo de emancipação que a categoria busca: “Vamos continuar na luta por direitos que acaba por reforçar a manutenção do sistema capitalista? Pensar nesse debate como pano de fundo da discussão sobre o nosso projeto ético político, quando nos colocamos ao lado da classe trabalhadora, é preciso reconhecer que somos classe trabalhadora, afinal dependemos da venda de nossa força de trabalho para sobreviver”.
Foto: Gabriela Thomaz/CRESSRS