25/07/2018
A Gestão “Classe Trabalhadora em Luta: Unidade e Resistência” convoca a categoria para uma reflexão sobre as opressões que acometem a vida das mulheres negras.
por Assessoria de Comunicação CRESS/RS
“A noite não adormece nos olhos das mulheres.” Nas palavras da poeta negra Conceição Evaristo, o CRESSRS, comprometido com a defesa intransigente dos Direitos Humanos das Mulheres Negras, quer homenagear a todas que, historicamente ajudaram e ajudam a construir este país. Mulheres negras que fizeram e fazem histórias de lutas e resistências cotidianas. Neste 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra, Latino Americana e Caribenha, a Gestão “Classe Trabalhadora em Luta: Unidade e Resistência” convoca a categoria para juntos/as fazermos uma profunda reflexão sobre as opressões que ainda acometem a vida das mulheres negras. Expostas aos efeitos do racismo estrutural desta sociedade colonizada, racista, machista e heteropatriarcal, as mesmas necessitarão de respostas mais específicas às questões sociais e raciais vivenciadas por elas, convocando as/os assistentes sociais a fazerem parte da luta pela erradicação de práticas racistas, sexistas e discriminatórias.
É preciso descolonizar mente e corpos, combater o racismo, mas principalmente travar uma luta antirracista. Para tanto, se faz necessário abrir-se para o uso de novas epistemologias que possam contemplar um estudo de realidade mais coerente e mais fiel ao processo histórico sobre a constituição da sociedade brasileira e seus processos de desigualdades. Dar visibilidade sobre os sistemas de opressões que somados a questão de gênero e raça acentuam e vulnerabilizam a vida das mulheres negras. Compreendemos que, tais especificidades produzem e reproduzem estereótipos e estigmas relacionados ao papel social destas mulheres e que, por fim, traduzem relações sociais desiguais, de subordinação e sujeição. Neste sentido, vemos que as fragilizações e vulnerabilidades que permeiam suas vidas, por muitas vezes carregam em seu âmago, a dor da discriminação racial e social refletidas na solidão e nas diferentes expressões de violência de gênero.
Em verdade, precisamos ressignificar nosso compromisso ético-político enquanto assistentes sociais comprometidas/os na defesa da vida e dos Direitos Humanos, entendendo que as desigualdades sociais neste país possuem cor, gênero e classe social. Neste sentido, devemos nos ocupar no combate dessas lacerações perpetuadas pelo racismo, patriarcado, sexismo e capitalismo.
Em memória a Marielle Franco, Cláudia Ferreira, Dandara, e tantas outras guerreiras que inspiram luta e resistência.
Assistentes Sociais na luta contra o Racismo.
Viva as Mulheres Negras, Latino Americanas e Caribenhas! Viva Teresa de Benguela!
Foto: Arte: Camila Reinheimer CRESS/RS