Neste 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, iniciam os 21 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher. A campanha mundial busca conscientizar a população sobre os diferentes tipos de agressões contra meninas e mulheres em todo o mundo. Trata-se de uma mobilização anual, empreendida por diversos atores da sociedade civil e do poder público.

Mas não é coincidência que o ativismo inicie hoje. A campanha quer chamar atenção para a vulnerabilidade da mulher negra na sociedade. Dados da 4ª edição da pesquisa “Visível e Invisível: A Vitimização de Mulheres no Brasil” apontam que a proporção de mulheres negras vítimas de violência é maior do que entre as brancas. O levantamento foi realizado pelo Datafolha a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Consta que 61,2% das mulheres que sofreram feminicídio, em 2022, eram negras, enquanto 38,3% eram brancas, 0,3 % indígenas e 0,3 % amarelas. No caso de violência física, o cenário é outro. O levantamento mostra que 45% das mulheres negras afirmam que já sofreram alguma violência ou agressão ao longo da vida, número que cai para 36,9% entre brancas.

São 6,3% das negras as que afirmam que já foram vítimas de espancamento, 3,6% das brancas sofreram esse tipo de ataque. Algo similar acontece entre as vítimas de ameaça com faca ou arma de fogo — negras (6,2%) e brancas (3,8%).

É importante identificar essa diferença para construção de marcadores para políticas públicas que alcancem todas as mulheres, negras, brancas ou indígenas. O CRESSRS seguirá, nesses 21 dias, compartilhando os dados sobre violência doméstica. Acompanhe e denuncie!  

Descrição da Imagem: card roxo, com ilustração de uma mão aberta e em texto 21 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres, 61,2% das mulheres que sofreram feminicídio, em 2022, eram negras. Logotipo CRESSRS.