05/06/2021
No dia Internacional do Meio Ambiente, o que temos a comemorar e o que temos à denunciar?
por Comissão de Ética e Direitos Humanos CRESSRS
Desde o período colonial, o meio ambiente vem sendo degradado para o favorecimento do capital. Mas a destruição ambiental atual não tem precedentes na história do país. Privatiza-se a floresta amazônica, libera-se o garimpo, regulamenta-se a mineração danosa e uma série de agrotóxicos, verdadeiros venenos no prato do/a trabalhador/a. Modifica-se a legislação que protegia, já insuficientemente, os territórios e os povos originários e tradicionais.
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Estas são algumas das manobras legislativas de ataque aos direitos fundamentais em nome da retomada das taxas de lucro, com rápido desmonte das políticas sociais e ambientais, que repercutem diretamente na vida da classe trabalhadora do campo e da cidade. Não se trata de negligência e inoperância do Estado, pelo contrário, têm o objetivo de favorecer o agronegócio e a exploração da classe trabalhadora no campo e na cidade.
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A própria crise sanitária instalada com a Pandemia da Covid-19 resulta da destruição ambiental, processos que têm relação direta com a crise do capital. O desenvolvimento da ciência e tecnologia neste modo de produção, traz consigo o aprofundamento da destruição da natureza e da exploração de classe, pois são condições de sua manutenção.
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A defesa do meio ambiente sob um olhar crítico orientado pelo nosso Projeto Ético Político deve se materializar em nosso cotidiano através da luta por outro modo de nos relacionarmos com os outros e com a natureza, produzindo e reproduzindo a vida com outra perspectiva societária, cuja produção respeite e preserve o meio ambiente e cujo acesso aos bens naturais e produtos do trabalho sejam, de fato, socializados.
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É porque a nossa vida e a natureza estão sob risco, que precisamos ‘soltar o grito preso na garganta’: chega de mortes! Chega de violações de direitos e desmonte das políticas públicas. Chega de destruição ambiental para atender aos privilégios da burguesia! Chega de violações dos direitos dos povos originários e comunidades tradicionais!
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Ainda que os tempos sejam difíceis, não podemos nos furtar da luta pela construção de outra sociabilidade. Apenas coletivamente podemos fazer frente à destruição ambiental pelo agronegócio e ao genocídio da classe trabalhadora. “E vamos à luta”, já nos convocava Gonzaguinha!
Foto: Imprensa CRESSRS