01/10/2021
Confira nossa mensagem.
por Comissão de Ética e Direitos Humanos CRESSRS
Em 1° de outubro comemora-se o Dia Nacional do Idoso, tendo o objetivo de sensibilizar a sociedade a questões relacionadas ao envelhecimento, focando a necessidade de proteção e de cuidados à população idosa.
Faz-se essencial discutir principalmente o que diz respeito à violência à pessoa idosa. Isso porque, no contexto pandêmico, essa violência cresceu consideravelmente. No Brasil, só no primeiro semestre de 2021, foram mais de 33 mil denúncias (IBFAM, 2021).
São diversos tipos de violência cometidos contra a pessoa idosa: física, psicológica, financeira, patrimonial, sexual, institucional, negligência, discriminação e até o abandono. Este último se caracteriza pela recusa ou omissão de assistência pelos responsáveis por prestar cuidado e pode causar sérios problemas ao bem-estar físico e psicológico ao idoso (BRASIL, 2020).
O abandono afetivo também foi significativamente agravado pela pandemia de Covid-19 e, embora não se possa obrigar alguém a nutrir um sentimento afetivo por outra pessoa, já há no âmbito legal a responsabilização da família por esta omissão no caso em que for demonstrado o não cumprimento do dever de cuidar do familiar idoso.
Evidencia-se o abandono, também, quando se observa desnutrição, caquexia (fraco e debilitado), condições precárias de higiene corporal e do ambiente onde o idoso reside. Ademais, quando a família isola ou distancia o idoso da participação em grupos sociais, em interações com familiares; quando a família ou o Estado negligenciam medicações e alimentos, entre outros, também configuram abandono.
Destaca-se que o combate à violência à pessoa idosa é dever de todos, afinal, conforme o art. 3º do Estatuto do Idoso, é obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público garantir ao idoso o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.
Enquanto trabalhadoras/es assistentes sociais, muitas/os de nós atuam diretamente na mediação ao acesso de políticas sociais responsáveis por essa garantia.
O modo de produção capitalista explora a ponto de encurtar a vida das/os trabalhadoras/es, e os que envelhecem são socialmente descartados. As/os idosas/os, ao demandarem ainda mais proteção das políticas de seguridade social esbarram nos cortes de financiamento público.
Destacamos a importância de compreender a heterogeneidade que abarca o processo de envelhecimento e a necessidade de continuarmos lutando por direitos, por respeito e a garantia de qualidade de vida!
Foto: Imprensa CRESSRS